O papel do paciente como protagonista durante o tratamento

PorDra. Ludmila Thommen

O papel do paciente como protagonista durante o tratamento

A medicina conta com grandes avanços ao longo dos anos e isso tem mudado a realidade atual do nosso consultório. Poderia dizer que a maior mudança que a nova era, aliada à tecnologia, trouxe está relacionada ao fato de que os pacientes não são mais receptores passivos de cuidados, mas parceiros ativos e, finalmente, “coprodutores” da saúde.

Com isso, temos um novo perfil de paciente precisamos de profissionais que entendam esse novo paradigma da relação médico / paciente.

Quando o assunto é uma doença como o câncer temos uma quantidade crescente de pacientes que superou sua doença ou que vive com ela por longos períodos de tempo. Portanto, planejar sua caminhada de tratamento, juntamente com toda equipe envolvida, é fundamental.

Falando sobre empoderamento na saúde

Tentar definir a palavra “empoderar” em saúde é um tanto complexo, pois tem muitos aspectos envolvidos, tais como: habilidade de enfrentamento, alfabetização em saúde, autoconfiança etc.

Eu gosto do conceito da Organização mundial de saúde que diz: “Processo através do qual as pessoas obtêm maior controle sobre decisões e ações que afetam a sua saúde, que podem ser obtidas através do desenvolvimento de habilidades, acesso a informações e recursos que afetam sua sua saúde e bem estar.

Antes de mais nada precisamos saber se essa é uma vontade do paciente, pois tem alguns que preferem saber de forma superficial e outros que querem estar por dentro de todos os detalhes. Logo, o quanto o paciente quer saber sobre o caso dele deve ser uma das perguntas feitas na primeira consulta.

 Isso quer dizer que para o paciente, o seu familiar ou cuidador conseguir opinar, primeiro, precisam realmente compreender o que está acontecendo.

Com iniciativa da All.Can, patrocinada pela indústria, e publicada em julho de 2019 foi feita uma pesquisa ABORDANDO A TOMADA DE DECISÃO. A pesquisa realizada em quase 4000 pacientes e seus cuidadores de 10 países, incluindo Austrália, Bélgica, Canadá, Reino Unido e Estados Unidos, mostrou que uma parcela de 47% não se sentiu suficientemente envolvida na decisão da melhor opção de tratamento e quase um terço (31%) considerou que não recebeu informações suficientes sobre seu tratamento e cuidados.

Onde estamos errando?

Não é sobre apontar o dedo em direção aos médicos, nem tentar dizer que não está fazendo o trabalho de forma correta. Mas é importante levar em consideração que é quando os pacientes voltam para casa que todas as perguntas surgem. Então, a mensagem principal para é: tente colocar serviços auxiliares, observe o paciente e busque ferramentas que possam traze-lo para exercer seu papel junto ao médico.

Quais benefícios de ter voz ativa sobre seu tratamento?

  1. O paciente bem informado tem menor risco de acreditar em Fake News.
  2. A pessoa empoderada assume realmente o papel de protagonista de sua saúde e da sua própria história.
  3. Relação médico / paciente baseada em parceria.
  4. Ajuda a melhorar a qualidade de vida e o equilíbrio emocional e físico.
  5. Faz valer seus direitos oncológicos e humanos.
  6. Melhora da qualidade do diálogo com toda equipe de saúde, paciente e acompanhante.

Para concluir, minha mensagem para vocês pacientes é que se for de seu interesse, assuma o comando durante todo o processo do seu cuidado. Solicite esclarecimentos, fale que não entendeu ou que precisa de um tempo para assimilar o que foi falado. Escolha um representante oficial para te ajudar e te apoiar.

Dra. Ludmila Thommen Teles

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