Movimento Vida

Movimento Vida

Quando voltei da licença maternidade da Isabela, em janeiro deste ano, estava decidida em fazer algo que fosse além do atendimento convencional do paciente oncológico. Porém, não sabia ainda por onde começar. Na época pensei muito sobre a razão de ter escolhido a medicina e, mais precisamente, a oncologia. Pensei sobre os meus 11 anos de estudos que tive de percorrer. 

Lembrei que quando entrei na faculdade sonhava em fazer a diferença na vida das pessoas e em poder levar a saúde para o paciente. Na verdade, experimentei uma espécie de avaliação da vida (como prefiro chamar), na qual queria achar e entender o propósito de tudo que estava vivendo e esperava sentir. Foi ali que nasceu o meu porquê.

Nos dias que se passaram, fui preenchida pelo propósito de transformar vidas e, apesar de saber que teria que mudar minha trajetória e rotina habitual, existia uma certeza no coração e isso me guiava.

Toda essa reflexão me levou a buscar um novo sentido e decidi me reinventar, criando uma nova Ludmila na profissão que tanto amo, em casa e na família. Tive oportunidade de concentrar meus atendimentos voltados para as pacientes com câncer de mama e assim surgiu a necessidade de um trabalho voltado para esse grupo de pacientes. 

O outro passo:

Em junho deste ano, decidi que precisava conhecer melhor quem eram meus pacientes, suas expectativas e seus anseios. A primeira providência foi aplicar um questionário, criado por mim. Ao mesmo tempo comecei a seguir pacientes que estavam vivendo esse processo nas redes socais. Nesse momento conheci a Isabel Costa. Fiquei absolutamente entusiasmada quando comecei a ler as respostas das minhas pacientes e descobri que precisávamos de um resgate da relação humana por meio da comunicação. Eu entendia que sozinha seria muito difícil e precisava engajar pessoas a participarem comigo nesse ideal. 

 Assim, em julho de 2018, decidi criar um grupo para trocarmos informações, desmitificando o câncer e estabelecer conexões entre médico, toda sua equipe e pacientes. Na mesma época, chamei a Isabel Costa para um bate papo e apresentei meu projeto. Fiz isso com outras pacientes que estão em tratamento e fiquei feliz de ver como elas se envolviam. Meus olhos brilharam.

A concretização:

Meu projeto precisava de um nome e decidi chamá-lo de Movimento Vida, pois vida é movimento, é transformação, é energia. Depois disso, marquei uma data para a pontapé inicial de uma proposta gratificante planejada com muito carinho para todos. O 17 de agosto foi marcado com o dia em que vivi emoções únicas. Estou dividindo isso com você. O primeiro de muitos encontros, assim espero.

Vale sempre lembrar que o viver humano é constituído de um somatório de ações, reações, encontros, desencontros e expressões contínuas para escrever e rescrever a própria história. Tudo acontece durante este espaço de tempo entre o nascer e o morrer. E fazer a diferença neste intervalo é que faz nossa vida valer a pena. 

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